Já estava decidido há algum tempo e o dia chegou, a Irmandade voltaria a publicar e iniciaria uma nova temporada. Imaginamos que seria assim algo apoteótico, cheio de gente a aplaudir, aos gritos e nós chegaríamos num carro tipo limousine que parava em frente ao restaurante, um senhor de chapéu abria a porta traseira do carro, a “imagem” passa a câmara lenta, inicia-se a música do Star Wars, a Irmandade sai do carro e a multidão tenta agarrá-los e abraçá-los mas o cordão de seguranças consegue evitar, há miúdas desmaiar de emoção,…. Creio que é fácil imaginar o cenário, e no fundo foi quase isto o que se passou naquele dia de Dezembro, excetuando talvez os aplausos, os gritos, a limousine, o senhor de chapéu, a música, a multidão, as miúdas, os desmaios,… enfim, de resto foi tudo igual ao previsto, ou seja estacionamos e entramos no restaurante!

Estamos no bairro da Barranha na Sra. Da Hora e é quinta-feira à noite. Não é fácil de “ver” o Restaurante-Snack Bar Paquete mas também não é difícil de descobrir (para quem não conhece a zona recomenda-se a utilização do GPS). Os vidros foscos não deixam ver para o interior e aumentam a curiosidade do que se encontrará por detrás da porta.
Deparamo-nos com um local humilde mas simpático, sala praticamente cheia, o que tendo em conta que se trata de uma quinta-feira à noite, é naturalmente um bom indicador. Conseguimos uma das poucas mesas livres, bem no meio do restaurante. Apesar de toda a azáfama rapidamente fomos atendidos de forma direta mas eficaz e com as palavras certas “quantas francesinhas são?”.

Com a Sport TV a dar, lá vieram uns príncipes Super Bock “bem tiradinhos” antes de chegarem as nossas princesas.

Chegaram! Aspeto impecável, desde o molho à montagem acompanhadas de umas batatas caseiras e fritas como deve ser. O pão está bem mas não estava torrado “au point”, apresenta-se com um bife de qualidade mais que suficiente para uma francesinha, as restantes carnes incluindo a salsicha fresca são muito bem selecionadas e com qualidade e o queijo estava em quantidade suficiente e remata de forma competente o prato. O molho “engrossado” e num estilo de receita bem conhecido e identificado pela Irmandade, cai naquela categoria de molho de Francesinha de quem sabe o que está a fazer e de quem o sabe fazer, ou seja é um daqueles molhos “obrigatório” conhecer para quem quer saber de Francesinha. As batatas (para quem as come) estão perfeitas para acompanhar o molho.

O tamanho é adequado e não deixa ninguém com fome. A minha opinião pessoal (e que não é consensual nem no seio da Irmandade) é que uma Francesinha para ser totalmente apreciada não deve ser precedida de entradas (rissóis, croquetes, chamuças,…) nem de pão.

O Serviço durante todo o jantar foi 5 estrelas, nunca deixaram nada a acabar (cerveja, molho,…) e foram sempre perguntando se estava tudo bem e se era preciso algo mais.
No final, com o restaurante ainda bastante cheio e gente a chegar fomos questionados se queríamos algo mais, perante a resposta negativa da Irmandade obtivemos um simpático “deixem-se então estar à vontade a terminar a vossa cerveja”, estes são aqueles pequenos gestos e frases simples e simpáticas que podem parecer insignificantes mas nos fazem sentir bem em sermos clientes e com vontade de voltar.

Assim resumidamente estamos perante um daqueles locais em que fazemos uma vénia por existirem. Gente séria e dedicada contruiu um restaurante estilo familiar em que nos sentimos em casa, gostam de servir e gostam de ver quem os visita satisfeitos. A Francesinha é acima da média, e embora na perspetiva da Irmandade tenha alguns pontos de melhoria não deixa de ser um local de visita obrigatório para quem entende de Francesinha (e recorde-se que os tipos da Irmandade são sempre “muito esquisitinhos”). Numa frase : “Malta, é impossível dizer que se gosta e percebe de Francesinhas sem ter ido e repetido uma visita ao Paquete”.

É daqueles locais que temos orgulho que existam na nossa região, é um local de Experts, de conhecedores e que se não fosse assim seria impossível num local tão escondido ter a clientela que tem. Às pessoas que contruíram e fazem este local, a Irmandade deixa um Grande “Bem hajam” e um sentido Obrigado!

Nesta nova temporada, a Irmandade criou uma nova fórmula em que os restaurantes entram em confronto direto uns com os outros. O Paquete não teve sorte no sorteio! Tocou-lhe o Bufete Fase (campeão em título, da primeira temporada) mas isto nunca se sabe, pode ser que até haja “taça” e surpresas, uma coisa é certa fosse qual fosse o adversário o Paquete não deixou tarefa fácil para quem lhe tiver de fazer frente!