Gambamar

Imagem da Francesinha
Morada
R. do Campo Alegre 110
Local
Porto
Coordenadas
41.153164,-8.628988 (Ver mapa)

Gambamar@2012-02-03

A Irmandade voltou aos almoços, encontros mais fugazes mas nem por isso menos intensos ou exigentes. O escolhido foi o Gambamar, mais um dos restaurantes do famoso cluster do Campo Alegre, zona invicta que alberga um dos maiores contingentes de restaurantes que respondem pela exigente responsabilidade de terem na Francesinha um dos seus pratos mais embelemáticos.
O Gambamar fica entre o Capa Negra II e a Cervejaria Galiza, do lado oposto da rua, como que a vigiar os seus eternos rivais.
Para quem não conhece (como eu não conhecia antes desta visita), o Gambamar tem uma decoração e configuração típica das Cervejarias Marisqueiras que terão tido o seu período áureo algures entre os anos 80 e 90. Nesse aspecto aproxima-se até do rival Galiza. Staff vestido a rigor e com um serviço onde há alguma atenção ao detalhe e ao cliente. Um balcão grande, mais apropriado para o apreciador solitário poder afogar os últimos desaires do dragão ou as promessas de mais austeridade no molho de uma francesinha, que vai desaguar por fim na sala de refeições que estava vazia quando chegámos pelas 13:00 h.
Numa coisa o Gambamar ganhou logo o meu respeito. Na lista não há que enganar. Francesinha é francesinha! Não há cá especiais, com ovo, sem bife, com frango, vegetarianas, calzone, de escabeche ou gourmet. Francesinha há só uma, poderia ser o lema. Como nos disse o simpático chefe de sala, “francesinha é esta, depois o cliente pode estragá-la com o que quiser”. Parece-me muito bem!
E de facto, não vale a pena estragá-la, porque para mim numa apreciação geral a francesinha do Gambamar é bem boa. Detalhando, destaco o recheio que é sem dúvida o grande forte desta francesinha. Carnes bem selecionadas, fortes como pede este prato, e um bife tenro e macio que nos pareceu ser de vitela, o que confere um balanço delicado e interessante com os enchidos intensos. O pão, que pode ter o condão de me estragar a experiência mal cravo o garfo na francesinha pela primeira vez, estava para mim impecável. Bem torrado e consistente, a proteger o precioso recheio e a proporcionar uma textura estaladiça que na minha perspectiva beneficia o prato. O molho foi o componente que menos me impressionou. Predominava o sabor a marisco, ou não estivessemos numa marisqueira, mas não era muito intenso como o resto do prato pedia. Aplaudo o picante, que sobressaía, mas no global não fica ao nível dos outros componentes do prato. No topo da francesinha, coberto num manto de queijo, vem um camarão, apontamento típico das marisqueiras e a aproximação portuguesa do “surf ‘n’ turf” que nada acrescenta ao prato. É como que um “post-it” a lembrar-nos que estamos numa marisqueira. As batatas pareciam ser de confecção caseira, grossas o suficiente para saberem a batata e temperadas com sal grosso. Bem agradáveis para um simples acompanhamento, dispensavam até serem ensopadas no molho.
A sala, que estava vazia quando entrámos, encheu-se à medida que íamos degustando a nossa iguaria, e quando terminámos até o balcão parecia já uma linha de montagem com operários diligentes a desmontar francesinhas com destreza nos talheres. Aí notou-se que havia staff a menos para clientes a mais, o que tornou bastante difícil conseguir tomar um café e pagar para fechar mais uma avaliação, o que para mim prejudicou um pouco a nota ao serviço que à parte disso foi até atencioso. Talvez um boom inesperado de afluência ou a falta momentânea de um colega tenha traído naquele dia a qualidade do serviço.
Concluindo, na minha opinião o Gambamar serve uma francesinha bastante boa e agradável. Um molho um pouco mais apurado e equilibrado e estaríamos aqui perante um caso sério de francesinha. Tem um bom serviço, e para completar o pacote da experiência tem também estacionamento próprio mesmo ao lado do estabelecimento, o que é uma grande mais valia para um local onde não chegam 15 minutos para andar a percorrer as ruas circundantes em busca de um lugar disponível. Pena só ter descoberto isso depois de deixar o carro mal estacionado e ter perdido 15 preciosos minutos de convívio com a irmandade.

Veredicto: 
Muito Boa

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Data Temporada Veredicto
03/02/2012 Temporada 1 Muito Boa