Foi no meu querido mês de Agosto que a Irmandade se reuniu no histórico Café Aviz, próximo da Rua de Ceuta. Desde logo, uma dúvida assaltou o desfalcado grupo: Aviz escreve-se com “s” ou com “z”? Enquanto aguardávamos pelas francesinhas, meditamos com afinco nesta questão tem sido displicentemente ignorada pela nossa sociedade, demasiado preocupada com acordos ortográficos incipientes. Bastou reparar na incongruência do nome do Café com a Rua que lhe dá o nome, para verificar que algo não está bem.
O Café Aviz pertence ao grupo restrito de espaços genuínos da baixa do Porto que resistiu estoicamente ao passar dos anos e à desertificação do centro da cidade, e que agora, com o renascer da zona, lucra com uma localização excepcional no seio da vida portuense. É um daqueles sítios que sem ser confortável, é acolhedor; sem ostentar luxos, respira histórias; sem ter uma marca forte, não se esquece na altura de definir um ponto de encontro. Talvez pelos inúmeros repastos servidos, a francesinha absorveu as mesmas características da casa… não é brilhante, não apresenta marcas distintivas no aspecto ou no serviço, e chega-se a desconfiar no inicio, mas conquista-nos à medida que a refeição avança e cada garfada torna-se mais agradável que a anterior, como se carecesse de uma acomodação própria. O bom molho picante disfarça alguns defeitos: o recheio generoso mas com alguns ingredientes em excesso e um pão que embora fresco peca na falta de consistência.
Ou seja, sem ser excepcional esta francesinha passa claramente o teste… e além disso, conhecer, respirar e viver o ambiente do Café Aviz devia ser, à semelhança do voto e de umas pedradas no autocarro do Benfica, um dever de qualquer portuense que se intitule “de gema”.