Com menos de uma semana desde o último encontro da Irmandade, numa bonita 6ª feira de Inverno resolvemos ver como estavam as coisas ali pela Rua do Campo Alegre na Alicantina.
Este conceito de restaurante-café-confeitaria da cidade do Porto já tem mais de 20 anos e actualmente o grupo detém 3 restaurantes (para além da Rua do Campo Alegre existe em Bessa Leite e uma versão centro comercial no Arrábida Shopping), optamos pelo original e diga-se de passagem que a visita prometia, pois no site da Alicantina, com toda a convicção diz “Experimente a melhor Francesinha da cidade do Porto” (curiosamente o site não diz onde!!) e nós lá fomos experimentar .
Sempre me fez confusão a escolha do nome deste restaurante, se provém de um “Ali há uma Cantina” ou se apenas querem dizer “Ali Cantina! Já!” (tipo ordem militar) o que me parece é que nenhuma das formas funciona e porquê? Porque todos nós detestamos cantinas, quando falamos em cantinas na nossa mente o que surge? Ora surgem filas, tabuleiros sujos e partidos, talheres amontoados dentro de saquinhos de papel, senhoras opulentas e de bigode que sem fala e apenas gesticulam com a cabeça (aliás algumas só mexem mesmo o queixo) para que lhes respondamos o que pretendemos sob uma barulheira infernal, etc, etc… eu acho que ninguém gosta de cantinas, é um mal com que muitos tivemos e temos de viver. Então porquê escolher a palavra cantina para um restaurante? Sempre me intrigou.
Vamos ao que interessa, chegamos, sentamos e pedimos – Fracesinha à Alicantina, mas claro que nos irritou ver a versão vegetariana! Querem inventar, inventem! Mas façam-no com o prego ou com a tosta mista e não gozem com este “nosso” tripeiro e genuíno prato.
A ementa apresenta-se com imagens e logo se percebe porquê, porque por estes lados usa-se a “escola de atendimento Charles Chaplin”. Não caro leitor, os senhores não andam com os pés para fora, não é isso…o que usam igual ao grande mestre Chaplin é a parte do diálogo estilo “cinema mudo”, pois conseguimos pedir mesa, pedir ementa, pedir almoço, bebidas, servirem-nos, pedir conta e sair e estes senhores, conseguiram não dizer mais de 3 a 5 palavras (peço desculpa pela imprecisão mas tenho dúvidas se posso classificar o ahã como palavra!!).
Numa sala meio cheia entre mesas e balcão, não demoraram muito a chegar as nossas meninas, com uma boa apresentação ao que lhes juntam uma pequena travessa, mas suficiente, de batata frita. O queijo apresentava-se pouco derretido e o pão pouco torrado mas a meu ver nenhum deles a prejudicar ou a beneficiar o prato. Restantes ingredientes de boa qualidade e bem alinhados na composição, nada de surpreendente e nada de invenções – gostei!
O molho é de textura mais líquida que muitos outros locais (o que também agrada), estava bem apurado e muito bem conseguido de sabor e picante. É um bom molho.
Sem complicar muito isto pode-se concluir assim, é uma bela Francesinha no tamanho certo (não “enfarta burros” mas também não deixa fome), não é barata (está alinhada pelos preços da zona) mas não chega para atingir a excelência. Se vale a pena ir à Alicantina comer a Francesinha, eu acho que sim pela Francesinha que está muito bem mas… e este mas a mim surpreende-me e é injustificável no dias que correm… ir a um restaurante e ter a sensação de que se estamos a fazer um favor, ser atendidos de forma antipática (falo de um total de 3 pessoas que nos atenderam) e no final o único obrigado que se ouviu foi por parte da Irmandade. Pergunto eu se isto ainda se usa? Eu já disse e escrevi por aqui, o serviço pode estragar uma refeição. Eu gosto de me sentir bem recebido, bem atendido e a simpatia “cai-me” muito bem, mas se calhar sou eu que sou esquisito.
Mas nem tudo é mau, fez-se luz relativamente ao nome do restaurante, afinal está explicado…Alicantina…ou seja “ali és atendido como na cantina”, afinal até explicam antes de entrarmos! Ai, ai,ai… esta nossa falta de perspicácia!