Requinte

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Morada
R. do Godinho, 837
Local
Matosinhos
Coordenadas
41.184395,-8.68525 (Ver mapa)

Requinte@2011-10-14

Rumamos à cidade de Matosinhos para visitar o Requinte e comermos aquela que é talvez a maior referência para os aficionados da Francesinha na cidade que se diz ser “de horizonte e mar”. É claro que uma coisa é ser-se famoso, outra coisa é ser-se merecedor dessa fama, e como a Irmandade não se curva perante entidades virtuais como a celebridade ou o burburinho popular, nada como provar o pitéu matosinhense e “ouvir” os seus argumentos.
Para quem não conhece, o Requinte fica numa rua algo escondida na apertada malha do centro de Matosinhos, mas é facilmente acessível (a pé ou de carro) a partir da parte mais central da cidade, ali para os lados do Jardim Basílio Teles e da Câmara Municipal. Tinha visitado o Requinte uma vez, há cerca de 5 anos. O que encontrei na visita que fizemos agora foi um desafio à minha memória, uma vez que uma mega operação de renovação da casa limpou-lhe a cara por fora e por dentro, não havendo ali nada que nos ligue às antigas instalações. Bem, talvez a Francesinha que foi o que nos levou a fazer esta visita. Assim, o Requinte é agora mais uma casa que aderiu à linha arquitectónia chamada de “escola do Porto” que resumidamente e em palavras chave, se cifra em branco, minimal, linhas rectas, e talvez algo impessoal. Gosto, mas não em demasia.
Introduções à parte, vamos ao que realmente interessa. Como sempre, pedimos a Francesinha normal, batata á parte e uns príncipes para turvar o palato. Em primeiro lugar, a impressão visual leva-nos a constatar que o Requinte serve uma Francesinha que não nos vai deixar com fome (se é que alguma deixa!). O tamanho é deveras generoso. Na prova, o destaque vai para um recheio farto e saboroso, com um bom bife e diversas carnes que conferem ao prato um paladar forte e consistente. Neste ponto a Francesinha do Requinte não defrauda a fama que a precede. Já o molho deixou-me um pouco desiludido. Bom no picante, que se nota á primeira garfada mas que não incomoda, embora eu seja suspeito já que aprecio um molho bem puxadinho. No restante, o molho pareceu-me não equilibrar bem os diferentes constituintes principais de um molho de Francesinha - tomate, carne e marisco -, sabendo em demasia a tomate, o que lhe confere um sabor ligeiramente adocicado. Não sendo um molho no equilíbrio ideal na minha óptica, é um molho agradável, principalmente para quem o preferir mais atomatado. O pão, que quem tem acompanhado os meus comentários sabe que é um ítem de avaliação que valorizo, não merece qualquer destaque pela negativa ou positiva. Cumpriu bem o seu propósito. Para mim podia estar um pouco mais torrado, mas não destoava do resto do prato e principalmente não estava empapado o que para mim seria pecado capital. Nota para as batatas que pareciam caseiras e eram muito saborosas. Surpreendentemente, apesar do tamanho e da riqueza do recheio, esta Francesinha não se revelou um peso para o estômago. Verdade que o meu estava bem vazio, fruto de toda uma tarde de estágio e preparação para a prova, mas esta é sem dúvida uma Francesinha que se come bem. O serviço não me merece qualquer comentário especial. Eficaz sem nota artística.
Concluindo, esta Francesinha até poderá ser uma das melhores de Matosinhos (a Irmandade ainda não experimentou outras nesta cidade para dizer o contrário), mas falta-lhe um molho mais completo para reclamar um título nacional. É no entanto uma boa Francesinha, picante e com um excelente recheio. E se o seu problema é o tamanho, então aqui a do Requinte compete com as maiores. E poucas se podem gabar de oferecer quantidade e uma boa experiência digestiva. O Requinte modernizou-se na aparência, uns gostam e outros nem por isso, mas no capítulo das Francesinhas continua a oferecer uma boa experiência.

Veredicto: 
Boa

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Data Temporada Veredicto
14/10/2011 Temporada 1 Boa