Quem Somos

A Irmandade da Francesinha é uma Organização cultural sem fins lucrativos, fundada em 2010, que ambiciona encontrar a melhor francesinha do mundo, contribuindo para o aumento geral da qualidade do prato.

Com base em reuniões periódicas, esta Organização faz avaliações criteriosas e isentas de diversas Francesinhas, desde as mais conceituadas às mais incógnitas e escondidas. Haverá oportunidade para todos.

Ao longo dos anos a distância, os imponderáveis e os imprevistos (e também os previstos ponderados) têm obrigado a Irmandade a adaptar-se. Ainda assim mantém o seu "núcleo duro" e o seu ADN sempre com a mesma paixão pela francesinha e o mesmo propósito de promover esta magnifica iguaria.

Os elementos fundadores da Irmandade são:

MSC

É o líder natural e o principal mentor da Irmandade. Cáustico e controverso, associa a rapidez de resposta ao pragmatismo cruel de quem já tem idade para dizer o que bem lhe apetece. É uma espécie de Coronel John "Hannibal" Smith da Irmandade, só que sem charuto e os disfarces realísticos de velhinha, e com bastante mais talento para os clichés capazes de gelar qualquer conversa. Genuíno tripeiro e fundista de gabarito na sua freguesia, por lá diz-se que se não fosse o gosto pela boémia e não se tivesse perdido irremediavelmente no mundo da francesinha quando era mais novo, e teria reduzido a pó alguns recordes do Fernando Mamede.

Habituado a conviver frequentemente com pessoas de fora do Porto e do país, vejo-me confrontado com alguma assiduidade com a questão: “…mas o que é uma Francesinha?”. A resposta é sempre igual :”…tal como outras coisas na vida não é possível explicar, é preciso experimentar!”. Não é uma iguaria “standard”, apresenta variações de local para local mas há exigências e requisitos obrigatórios que a Irmandade jamais tolerará a sua violação. Achamos que deveria existir alguma regulação para a utilização do termo Francesinha, pois infelizmente já detectamos verdadeiros atentados à “muy nobre e Invicta” Francesinha! A Francesinha é um (dos) símbolo do Porto e tem de ser protegida (existem no entanto um punhado de locais fora do grande Porto mas todas no Norte, onde se pode comer verdadeiras Francesinhas e a Irmandade irá divulgá-las a seu tempo). Pode ser apreciada a qualquer hora (das 9 da manhã ao final da madrugada já foi testada) e desde que digna do nome é sempre capaz de provocar satisfação. Tristes daqueles que cobardemente desconhecem, rejeitam, denigrem ou difamam a nossa Francesinha, mas todos sabemos que a Cultura não é para todos mas apenas para os que a pretendem e a respeitam. Se um dia pudesse escolher a minha última refeição, seria uma Francesinha acompanhada pelo seu catalisador natural – o fino (vá poderia ser um príncipe!). E qual em concreto é que escolheria, hmmm....difícil mas acho que acabaria por escolher a do.......

JFG

Sem dúvida o elemento da Irmandade cujas iniciais mais se assemelham com as de um presidente famoso dos States, o que é desde logo uma grande vantagem. Peça chave do grupo, é provavelmente o mais consensual de todos pela forma com que alia a espontaneidade com a ironia… o que lhe confere na Irmandade um estatuto algo próximo do René na Résistance Française. Portuense de raiz mesclado com bons velhos hábitos de estudante boémio conimbricense… o que alavancado com uma francesinha bem regada ao jantar, normalmente dá resultados engraçados nos momentos que se seguem.

Reza a lenda que a Francesinha foi criada por um poveiro, que regressado de França fez uma adaptação do famoso "Croque- Monsieur" ao qual lhe juntou alguns condimentos e recheio de peso para agradar as gentes fortes da cidade invicta... cheira-me que também foi para vender mais copos na dita tasca.

De qualquer forma prefiro a historia mais romântica que tamanho pitéu terá tido a sua origem na Guerra Peninsular com as tropas Napoleónicas que costumavam comer umas sandes de pão de forma cheias de queijo e todo o tipo de carnes ás quais conseguiam deitar as mãos.

De qualquer forma a Francesinha para este membro da irmandade, foi, é e sempre será um símbolo da austeridade e carácter das gentes do Porto, do seu espírito forte e resistente.
A própria Francesinha é um simbolo de resistencia tendo sobrevivido já a inumeras tentativas de massificação e "fast food ização". A Francesinha é dos cafés e tascas do Porto sem preconceitos ou complexos, sem peru ou frango e muito menos sem vegetais á mistura!

Para além de tudo isto a Francesinha é para nós, Portuenses, uma boa desculpa para nos reunirmos com bons amigos e beber uns bons finos ( Super Bock claro).

FFAR

É o consultor sénior executivo da Irmandade. Uma espécie de empresário dos restantes cinco futebolistas, que normalmente dá um ar credível às congregações. Outrora infiltrado nas linhas do inimigo marroquino, nunca se rendeu ao patético e deprimente bitoque e consta-se que por lá terá mesmo oferecido acções da Galp Energia por uma francesinha decente. Talvez por isso, para ele não existe a francesinha demasiado grande nem demasiado forte. Hoje de regresso ao Norte, este exigente crítico é um acérrimo defensor da expansão do raio de acção da Irmandade para fora do Grande Porto, em busca das verdadeiras raízes do pitéu de culto.

Sendo um minhoto de gema, só comi a minha primeira francesinha na altura da faculdade do Porto. Até lá só a conhecia pela televisão. Para mim não existe melhor combinação: comer um boa francesinha, beber uns bons canecos e estar entre amigos. Foi mais um evangelizador da francesinha nas terras do sul e em terras angolanas. Sim é verdade mesmo em Angola a francesinha é um prato apreciado e orgulho-me de consegui elucidar algumas pessoas das suas características benéficas para o bom estar e para o convívio.

FFER

Natural da Sé do Porto, reza a lenda que este elemento ainda não conhecia bem os cantos da sua incubadora na Ordem do Terço e já tinha agasalhado uma francesinha com batata e ovo, acompanhada com o equivalente a duas canecas de Superbock por infusão intravenosa… o que é claramente exagerado, já que não havia batatas. Não é o crítico mais exigente da Irmandade, até porque o seu enfoque deriva invariavelmente para as loiras que por ali passam (um indefectível adepto da SB). Sempre pontualmente atrasado, é normalmente o último a chegar aos pontos de encontro e o último a abandonar o barco nas noites de festa que se seguem… culpa de uma digestão lenta, claro está.

Tarefa ingrata, esta de falar sobre o nosso pitéu de culto. Além de um prato de culinária de excelência invulgar, a francesinha está envolta numa bruma que esconde as suas verdadeiras origens, o que confere uma auréola extra a um prato per si capaz de babar qualquer um… muito à semelhança do que sucede com a Joana Amaral Dias.
Tentar resumir a francesinha a um amontoado de ingredientes seria ao mesmo tempo absurdo e insultuoso. A francesinha é hoje, a par do FCP, da Casa da Música ou da Associação Comercial do Porto, uma instituição da nossa região e um símbolo do nosso carácter. Consistente, picante e calórica qb, apela a um estômago forte e à fiel presença do inseparável fino (de preferência Superbock). Sobretudo, ao pedir uma francesinha, faça-o com a convicção de quem não teme o que lhe espera… à semelhança dos cães, as francesinhas sentem o medo de quem as encara.

Porventura seria mais fácil falar sobre o patético e deprimente bitoque dos lisboetas. E porquê, perguntam vocês… bem, segundo a Wikipedia o bitoque é um “prato com um bife, batatas fritas, arroz, um ovo estrelado e salada”. Como o autor deste texto imaginou a cara de parvo de quem teria perdido alguns segundos preciosos da sua vida nessa pesquisa, logo a seguir tenta prender o leitor com uma ambiguidade hitchcockiana brilhante: “Por vezes, pode também conter fiambre, entre o bife e o ovo”. E remata com uma pièce de résistance de antologia: “é uma escolha comum para aqueles que desejam uma refeição de carne não muito específica”… só com muita injustiça não terá levado para casa o Prémio-Mais-Valia-Estar-Sem-Net, de 2009!

Não é preciso muita imaginação para prognosticar o que seria da francesinha se tivesse tido a infelicidade de aparecer mais a Sul… provavelmente teria degenerado num Carpaccio Especial com Croutons, envolto em molho agridoce e acompanhada por uma flute de panaché. Felizmente, tudo acontece por alguma razão e eu gosto acreditar que ainda há alguma entidade superior que organiza algumas circunstâncias cruciais do nosso quotidiano. Quer tenha surgido pela importação das tropas napoleónicas, quer pelo upgrade do tal de croque-monsieur, a verdade é que a nossa Região foi abençoada com este pitéu de culto, e até hoje esteve à altura dessa fortuna.

Este projecto é apenas mais uma sincera homenagem… a de tentar arquitectar um roteiro mágico das melhores francesinhas do Porto, do Norte e do Mundo! Bem-vindos…

JNV

Também conhecido por "o menino de barbinha que está ao canto", é o informático do grupo. Todos os grupos precisam de um informático. Pelo menos é isso que tenta fazer acreditar aos outros membros da Irmandade, para não ser expulso e ter que ir passar as noites de tertúlia a programar jogos de paciência em Pascal. De qualquer forma, é o principal responsável pela Irmandade ser muito mais do que um conjunto de bárbaros esfomeados… é um conjunto de bárbaros esfomeados com um site institucional de fazer corar algumas multinacionais e a maior parte das nossas empresas estatais. Sempre tranquilo, este tripeiro de gema, é um adepto confesso do pão, que está sempre ou demasiado mole ou torrado demais.

Esta é a parte em que se costuma falar de um misterioso "emigrante na França" que ninguém conhece, do "croque-não-sei-do-quê" e de um conjunto monumental de outras tretas que caracterizam a Francesinha como se pudesse vir num livro de História do 6º ano. Mas a Francesinha é muito mais que isso...

A Francesinha é a Torre dos Clérigos da Cozinha Nacional, o monumento gastronómico da cidade do Porto, a par das Tripas (que será, vá lá, a Sé Catedral). Só que para a malta de Marrocos, basta pensar em comer intestino para lhes a volta aos próprios, logo, apostam na Francesinha para mostrar a sua virilidade e tentarem alimentar o desejo de inclusão quando estão no Norte. Claro que se nota logo quem não é o verdadeiro Tripeiro: para esses, qualquer coisa que venha na lista como "Francesinha" é sempre gigantesca (mesmo que servida num pires), com molho picantíssimo (mesmo que seja meramente água tingida com corante alimentar) e sempre óptima (mesmo que seja uma tosta mista em Panrico seco com um pouco de polpa de tomate já fria).

A Francesinha é uma torre de sabor, um aquecedor nas noites frias, um motivo para refrescar as noites de calor com Super gelada, o combustível dos combustíveis, sem aditivos. É uma desculpa para deitar fora camisas de que não gostamos. É um pretexto para uma roda de amigos. É (d)o Porto e (d)os Tripeiros.

FVB

É o benjamim e a última adição da Irmandade. Começou como convidado inusitado na primeira congregação, mas cedo vincou o seu espaço e ganhou o estatuto de imprescindível. Sempre bem-disposto e com um sentido de humor excepcional, peca apenas por ter um timing de intervenções ainda pior que o do Anderson Polga, o que torna qualquer diálogo à mesa uma permanente película do Woody Allen. Eterno queixoso da presença de salsicha fresca, passa metade do jantares a dissociar ingredientes perante o olhar incrédulo dos restantes. Está para a Irmandade como o bardo Assurancetourix está para a Aldeia do Asterix, i.e. um óptimo companheiro desde que amordaçado e atado a uma árvore.

Diz a lenda que este "estrondoso" prato, agora iguaria, foi inventada na década de sessenta por um emigrante francês. Este iluminado homem teve a feliz ideia de adaptar este prato à magia de um molho que é a alma da receita. Algo que qualquer um nunca teria imaginado ser possível comer até à altura. Depois do caldo verde, das tripas, da broa e do bacalhau à Gomes de Sá, nasce a única receita gastronómica original portuense do século XX. A Francesinha. O futuro a Deus pertence, mas uma coisa é certa: Cá estaremos nós a provar muitas francesinhas, e as melhores certamente no Porto.

JOD

Descendente da linhagem de Arveprins Knud da Família Real Dinamarquesa que actualmente vive exilada em São Mamede e Infesta, este nobre viking de olhos azuis aceitou de bom grado o convite para se juntar à cruzada da Irmandade, mal se apercebeu que podia potenciar o seu part-time de traficante de vouchers. Humorista de fazer corar as Produções Fictícias, é o mais provável vencedor do Prémio-Matei-Um-Irmão-Com-Uma-Congestão num jantar qualquer. Esgrime a ironia e o nonsense com a robustez de electricista com um busca-pólos, e a subtileza de um talhante com um cutelo, este elemento é, per si, o garante de boa disposição mesmo nos repastos com ambiente (e estômago) mais pesado.

MFP

Podia ser a sigla de um movimento de cidadania qualquer, mas não é. Este entrepreneur é o special advisor da Irmandade para as questões mais complicadas, tais como, "Onde é que um gajo apanha a A29 de regresso?". Autor do best-seller "A distribuição normal das francesinhas do Grande Porto e a sua relação com as quebras no PSI20 às 4ªfeira de manhã", este self made man da Beira Litoral que outrora, na sua boémia juventude, esteve embebido no lado sombrio da cidade do Porto, assume-se hoje como uma espécie de mestre Yoda dos Jedis da Irmandade com o propósito de nos afastar do Dark Side dos molhos e recheios.